Depois de irritar Jair Bolsonaro por suas andanças com ar presidenciável em Nova York, como mostrou a coluna, Tarcísio de Freitas deixou aliados de Bolsonaro contrariadíssimos com sua participação no evento de filiação de Guilherme Derrite, seu secretário de Segurança, ao PP. Parlamentares bolsonaristas, diga-se, aram longe do evento.
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A razão da bronca com o governador, como em outras ocasiões, é o que se entende por movimentações dele em direção a uma candidatura à Presidência. Ou seja: uma desconsideração com Bolsonaro num momento em que o STF avança contra ele.
O bolsonarismo esperava do aliado demonstrações incondicionais e frequentes de que, mesmo inelegível, o ex-presidente é o candidato da direita para enfrentar o presidente Lula (PT) em 2026. Mas tem se frustrado.
Na quinta-feira, 22, no evento de Derrite, o trecho mais nacionalizado no discurso de Tarcísio deixou os bolsonaristas de orelhas em pé. Lá pelas tantas, ao anunciar a união de partidos de centro-direita em 2026, o governador paulista fez menção duas vezes a “projeto para o Brasil” e criticou o governo Lula — mas não citou Bolsonaro nesse contexto.
“Esse grupo estará unido, esse grupo vai ser forte, esse grupo tem projeto para o Brasil, esse grupo vai fazer a diferença, esse grupo sabe o caminho”, disse Tarcísio. Instantes depois, afirmou que o grupo político reunido ali “pensa Brasil 24 horas por dia”.
Um aliado de Bolsonaro resume a insatisfação: “Belo discurso sobre a união da direita. Só faltou citar o dono dos votos: Jair Bolsonaro”.