A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) decidiu entrar com ação judicial contra os senadores Plínio Valério (PSDB-AM) e Marcos Rogério (PL-RO) pelos ataques feitos a ela na sessão da terça-feira, 27, na Comissão de Infraestrutura.
Segundo interlocutores de Marina, a medida ainda não foi tomada porque ela e a assessoria estão avaliando os caminhos jurídicos do embate. Haveria a possibilidade de se ajuizar a ação em nome de Marina Silva, do Ministério do Meio Ambiente, ou, ainda, da Rede, o partido ao qual é filiada.
Ainda segundo pessoas próximas à ministra, a ação judicial não abordará apenas o fato ocorrido nesta semana, mas apresentará a tese de que a ministra vem sendo atacada de forma sistemática e consistente com machismo, misoginia e racismo. Ainda não foi decidida em que instância será tomada a iniciativa. Como envolve dois senadores, com prerrogativa de foro, a alternativa mais provável é o STF.
A federação Rede-Psol já decidiu que vai acionar o Conselho de Ética do Senado contra os dois parlamentares por quebra de decoro. Se condenados, ambos podem perder o mandato.
Na Comissão de Infraestrutura, a ministra foi interrompida várias vezes e teve o microfone cortado por Marcos Rogério, presidente da sessão. Também disse para Marina: “Ponha-se no seu lugar”. Plínio Valério afirmou que era preciso separar a mulher da ministra. Segundo ele, “a mulher merece respeito; a ministra, não”. Em março, o mesmo senador disse que tinha vontade de enforcá-la.