A Justiça de São Paulo determinou a soltura do empresário Igor Sauceda, de 28 anos, acusado de atropelar e matar um motociclista em julho do ano ado na Zona Sul de São Paulo. A decisão foi assinada pela juíza Isabel Begalli Rodrigues, da 3ª Vara do Júri da Barra Funda.
Sauceda é acusado de perseguir, atropelar e matar Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos. O crime aconteceu no dia 29 de julho do ano ado, na Avenida Interlagos, região Sul da capital.
O empresário se tornou réu após a Justiça de São Paulo acatar a denúncia do Ministério Público, que aponta o crime de homicídio doloso triplamente qualificado por motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A defesa do jovem nega e afirma ter sido um acidente.
Na decisão, a magistrada justificou que na fase de instrução não houve provas de ações intimidatórias de Sauceda, que nenhuma testemunha teria sido ameaçada por ele ou familiares e ressaltou não haver ocultação de provas.
Mesmo com a soltura, o empresário deverá cumprir medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e o comparecimento mensal ao tribunal. Igor Sauceda não poderá se ausentar de São Paulo por mais de oito dias e terá a CNH suspensa nesse período. O empresário também deverá entregar o aporte às autoridades em até 24 horas.
Como foi o crime
Era madrugada de segunda quando Figueiredo voltava de moto da casa da irmã. Ele circulava pela avenida Interlagos, na zona sul da capital paulista, quando foi atingido pela Porsche de Sauceda.
Segundo o BO, Sauceda relatou aos policiais que Figueiredo ou de moto (uma CG 125) junto à Porsche (modelo Cayman, de cor amarela, e ano 2018) e chutou o retrovisor esquerdo do veículo. O empresário afirmou ter seguido o motociclista na avenida quando Figueiredo trocou de faixa de forma abrupta, e foi acertado pelo carro.
Sauceda disse à PM que tentou desviar, mas a moto e seu carro bateram em um poste e nas árvores próximas à via. O empresário relatou, conforme o boletim, não saber o motivo que fez a vítima golpear o retrovisor.
A namorada do autor do homicídio, Marielle Aparecida de Oliveira Campos, também estava no veículo e machucou as mãos na colisão. Ela corroborou a versão dada pelo namorado. O casal afirma ter recebido a ajuda de populares para sair da Porsche.
A polícia disse não ter identificado testemunhas para descrever a perseguição e vai buscar câmeras de vigilância na região. O motorista fez o teste do bafômetro e não foi identificada embriaguez.
A capital registrou no 1º semestre deste ano o maior número de mortes no trânsito desde 2015. Entre as vítimas, estão quatro em cada dez são motociclistas e um em cada quatro são jovens (20 a 29 anos), assim como Figueiredo.
Ele deixou um filho de três anos e a viúva, com quem havia se casado em janeiro de 2024.