Ministra Margareth Menezes nega descentralização e defende fomento à cultura nacional

Integrante do governo Lula disse que momento favorável do cinema brasileiro deve sair do eixo Rio-São Paulo para integrar todo o país

Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Margareth Menezes Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Margareth Menezes foi ovacionada durante a cerimônia de abertura do Festival de Cinema de Pernambuco, o Cinepe, na noite da última segunda-feira, 9, no Recife, capital pernambucana, da qual a IstoÉ participou.

A Ministra da Cultura lançou um novo edital nacional de fomento ao audiovisual chamado “Arranjos Regionais Para o Audiovisual”, que contará com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para estimular as produções em projetos de todas as regiões do Brasil.

O projeto prevê orçamento de R$ 300 milhões em investimentos ao audiovisual brasileiro, fora do eixo Rio-São Paulo. A cantora não só exaltou a importância cultural do estado de Pernambuco, como também afirmou que mudar o olhar para os festivais locais altera a forma de ver o Brasil como um todo.

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“O cinema brasileiro está em uma janela de oportunidades inéditas, conquistando novos circuitos nacionais e internacionais. Vou falar o que testemunhei em Cannes: o festival estava maravilhoso com a equipe do Brasil. A conquista da Palma de Ouro foi fantástica e é mais um chamamento de atenção para nossa cultura”, declarou ela, durante discurso, referindo-se ao filme “O Agente Secreto”, dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho.

“O cinema brasileiro é bem amadurecido, sim, e está chamando mais atenção. É o momento do cinema brasileiro”, completou.

“Tive a oportunidade de assistir ao ‘O Agente Secreto’ lá e eu vou dar o único spoiler: na hora que sobem os créditos, tem escrito lá, ‘esse filme empregou duas mil e tantas pessoas’. Então, a gente precisa informar a sociedade o que é que o setor cultural emprega. Nós temos direitos, porque contribuímos com o país”, reiterou.

“Segundo a Ancine, existem 12 mil produtoras registradas no Brasil inteiro. Então, a gente não pode ter mais esse olhar localizado em relação a isso. Nós não estamos fazendo política de descentralização, isso que eu gostaria de dizer. Nós estamos fazendo política de nacionalização, abrindo, ampliando, trazendo, para que todas essas qualidades que existem no nosso povo sejam vistas. O povo brasileiro se vendo nas telas”, completou.

O Cinepe é realizado com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), patrocínio master do Itaú, da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Guerreiros (Suape), Cooperativa Pernambucana de Gás (Copergás) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo de Pernambuco, além do co-patrocínio do Novotel Recife Marina e Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. A realização é da Bertini Produções e Eventos.

*Enviada especial ao Recife, a convite do Cinepe 2025.