Guilherme Amado Coluna

Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado ou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

O pré-candidato que comanda as vaquinhas de Bolsonaro

Escolhido para disputar o Senado por Bolsonaro, Gilson Machado diz que ex-presidente gastou a maior parte de R$ 8 milhões com advogados

Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Ex-ministro do Turismo de Bolsonaro, Gilson Machado está correndo o chapéu mais uma vez pelo líder. Ele é sanfoneiro, pecuarista e pré-candidato ao Senado em Pernambuco. Foi escolhido pelo próprio ex-presidente.

Na primeira vaquinha, no ano ado, arrecadou R$ 17 milhões. Para a campanha atual, Machado chegou a dizer que as despesas do ex-presidente tinham crescido porque ele estava ajudando a manter o filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O deputado licenciado foi às redes sociais para dizer que não precisava de vaquinha. E essas informações acabaram alimentando as investigações sobre a atuação de Eduardo em Washington.

Gilson Machado disse que não pediu dinheiro da vaquinha para financiar o deputado licenciado e que as despesas estão sendo pagas “por ele mesmo lá”. Disse também que Bolsonaro não está financiando o filho com as doações:

“Não, não, não. Que eu saiba, não.”

Machado disse que não sabe quanto esta segunda campanha já arrecadou porque o dinheiro cai diretamente na conta de Jair Bolsonaro. Mas diz acreditar que o dinheiro está entrando. “Isso é o que dói na alma de muita gente.”

A ideia de uma nova vaquinha surgiu há cerca de três semanas, quando o ex-ministro falou que Bolsonaro já havia gasto R$ 8 milhões do dinheiro arrecadado. “O que são R$ 17 milhões para quem foi presidente da República? Se ele fosse um cara desonesto…”, disse Gilson Machado, para defender a arrecadação.

Questionado sobre o gasto de R$ 8 milhões, ele disse que a maior despesa do ex-presidente é com advogados. “Gastou com advogados. Com despesas judiciárias, com tudo”, disse ele.

Segundo Machado, o PL não paga os advogados que defendem o ex-presidente no STF. “Quem está arcando é o presidente Bolsonaro, rapaz!”

O ex-ministro disse que os recursos também foram usados para pagar despesas de saúde. Perguntado sobre o ex-presidente ter convênio médico, Gilson Machado respondeu: “Convênio paga remédio?”

Ele não soube responder se o tratamento hospitalar do ex-presidente foi pago de forma particular. Mas contou: “A cirurgia, os médicos fizeram sem cobrar essa agora, essa última cirurgia”.

Prestação de contas não há.

“Olha, eu não tenho prestação de contas disso. Entre em contato com ele [Bolsonaro] e pergunte.”