PSOL apresenta projeto na Câmara de SP para vetar ruas com nomes de feminicidas

rua Peixoto Gomide
O projeto também pede a alteração do nome da rua Peixoto Gomide Foto: Reprodução/Google Street

A Bancada Feminista do PSOL, por meio do mandato coletivo na Câmara Municipal de São Paulo, apresentou um projeto para alterar a Lei n° 14.454/2007, com o intuito de acrescentar novas regras para evitar que pessoas que cometeram feminicídio sejam homenageadas com nomes de rua pela capital paulista. A proposta deseja ainda a alteração dos nomes das ruas Peixoto Gomide, que cruza a avenida Paulista e Moacir Piza, em Cerqueira César no centro, que cometeram o crime.

A lei contém diversas vedações para a nomeação de ruas. Por isso a bancada deseja adicionar a questão de nomes de homens que cometeram homicídios contra as mulheres.

No caso de Peixoto Gomide, ele é apontado como o assassino da filha Sophia Gomide, em 1906, por não aceitar um relacionamento da jovem. Já no segundo caso, Piza é tido como e responsável pela morte da ex-companheira Nenê Romano, em 1923, num o de ciúmes.

Por meio de nota enviada à IstoÉ, a bancada do PSOL explicou que o projeto é inspirado no artigo “ias sujas de sangue: a lei não impede que ruas sejam nomeadas em memória de crimes que violentaram mulheres”, da historiadora e urbanista Maíra Rosin, que “resgata a importância dos movimentos que contestam a nomeação de vias públicas com homenagem a ditadores, escravocratas e bandeirantes e destaca a importância de incluir neste questionamento nomes de políticos, militares, escritores e tantos outros que mataram filhas, esposas, amantes e outras mulheres”.

No texto do projeto, a bancada afirmou que a proposta tem dois objetivos: reparação e não repetição. O primeiro é a reparação da memória dessas mulheres assassinadas, “portanto a possibilidade de que se possa alterar nomes de logradouros que homenageiam esses homens para restaurar a memória dessas mulheres que foram silenciadas da história”. O segundo é a não repetição, para que outros homens que tenham cometido feminicídio não sejam homenageados.