Terapia de casal poderia impedir o fim do casamento de Virginia e Zé Felipe?

Procurado pela reportagem de IstoÉ Gente, o psicólogo Alexander Bez analisou o fim do casamento da influenciadora e do cantor

Zé Felipe e Virginia

A separação de Virginia Fonseca, 26 anos, e Zé Felipe, 27, pegou muita gente de surpresa. O casal, que era tido como exemplo de “família margarina” nas redes sociais, anunciou o fim do casamento de cinco anos na noite de terça-feira, 27. Em um texto conjunto nas redes sociais, a influenciadora e o cantor pediram respeito e compreensão do público, afirmando que seguem amigos e torcendo pela felicidade um do outro.

O anúncio da separação

“Juntos sempre e agora de uma maneira diferente. Decidimos que seremos amigos para cuidar do nosso maior bem, nossas bençãos enviadas por Deus, os nossos três filhos.

Não estarmos juntos como casal, nunca será motivo para não darmos valor a tudo que construímos, uma família linda. Vivemos isso intensamente, nos aproximamos, descobrimos a alegria de sermos pais e fomos cúmplices em cada momento. Torcemos um pelo outro e assim seguiremos.

Optamos pela honestidade e não por uma vida de aparências, porque estes somos nós.

Não julguem e não criem histórias. Somos humanos e estaremos sempre em busca da felicidade plena, a mesma que um dia vivemos.

Estamos em paz e prontos para cuidar dos frutos do nosso amor; Maria Alice, Maria Flor e José Leonardo amamos vocês e tudo que representam. Que Deus abençoe nossa união e nos dê sabedoria pra seguir em frente.”

Não é marketing

Com a repercussão da separação e os boatos nas redes sociais de que seria uma estratégia de marketing, Virginia e Zé Felipe se pronunciaram sobre o assunto na manhã desta quarta-feira, 28. Em vídeo juntos nos Stories do Instagram, eles negaram que o anúncio seja algum tipo de marketing e reiteraram que seguem como amigos em prol dos filhos.

“Bom dia, bom dia, bom dia, bom dia. Postamos ontem para vocês que a gente encerrou o nosso ciclo como casal, mas a gente continua como amigos. E não, gente, não é marketing. Zé não vai lançar música, eu não vou lançar produto, não tem nada a ver uma coisa com a outra”, começou Virginia.

“A gente só quis acabar da melhor forma possível antes que surgisse alguma briga, sabe? A gente não quis dar brecha para um sair odiando o outro, para um sair brigando com o outro, até porque foram momentos maravilhosos que a gente viveu juntos. Foram os melhores momentos da minha vida. A gente construiu uma família, velho. Três filhos abençoados, lindos, saudáveis. Eu acho que tudo é por eles. Então é melhor a gente deixar assim e manter uma amizade, manter o respeito”, completou Zé Felipe.

“No português mais claro, a gente só não está se beijando e tananã (transando), mas, de resto, a amizade continua, a parceria continua, o carinho continua, tudo continua”, afirmou Virginia. “Então, assim, galera, por favor, não esperem confusão, briga. Não esperem, porque não vai ter. Não esperem a gente chegando em casa, saindo loucos com as roupas, enfim, um saindo da casa”, continuou.

“Não tem inimigo aqui, velho. Até porque tudo o que a gente construiu foi juntos”, frisou Zé. Na sequência, a empresária complementou: “A gente vai continuar como uma família pelo bem dos nossos filhos e por tudo o que a gente construiu também. Tudo o que a gente viveu foi muito especial. Todo final de ciclo é difícil mesmo.”

O cantor ainda revelou que os dois aram a noite chorando e que fizeram essa escolha de forma consciente. “Que Deus abençoe nossa união, que vai continuar para o resto da vida, e que nos dê sabedoria para seguir em frente da melhor maneira possível. E é isso. Então, você pode contar comigo. Você também!”, frisaram.

Virginia e Zé Felipe se conheceram pela internet e, logo depois, começaram o relacionamento em 2020, quando o filho de Leonardo viu um vídeo da influenciadora no TikTok e decidiu mandar uma mensagem para ela.

Virgínia viajou 15 dias depois para visitá-lo e, dois dias após o primeiro encontro, já estavam namorando. Quinze dias após o pedido de namoro, os dois resolveram morar juntos.

Dois meses após o início do relacionamento, Virgínia anunciou a primeira gravidez. Cinco meses depois, decidiram se casar. Da união nasceram Maria Alice, de 3 anos, Maria Flor, de 2 anos, e José Leonardo, de sete meses.

Terapia de casal poderia ter impedido o fim do casamento?

Questionado pela reportagem da IstoÉ Gente, o psicólogo Alexander Bez disse se uma terapia de casal poderia ter impedido o fim do casamento de Virginia e Zé Felipe. Leia a análise na íntegra:

“A terapia de casal pode ter diferentes funções e finalidades, que variam de acordo com a demanda emocional dos envolvidos. Em alguns casos, o foco está claro: entender os motivos que levaram à separação e elaborar esse processo. Em outros, o processo terapêutico se mostra ambivalente, pois os próprios parceiros ainda estão tentando compreender o que sentem e o que desejam em relação à continuidade do vínculo.

Para muitos casais, a terapia surge como um espaço para revisitar os motivos da ruptura. É comum que, após a separação, surjam sentimentos de culpa, dúvidas sobre a real necessidade do término e o desejo de compreender se havia, de fato, uma alternativa. Nesses casos, o trabalho terapêutico ajuda a organizar o emocional e buscar um entendimento mais profundo do que levou ao fim da relação.

Há também uma abordagem mais direta, voltada à reparação dos danos emocionais, sentimentais e psicológicos causados pelo rompimento. O terapeuta atua auxiliando o casal a lidar com as “avarias” deixadas pela separação, ajudando-os a se reestruturarem individualmente após o fim do relacionamento.

Outra função importante da terapia de casal é oferecer um espaço de escuta para quem ainda deseja manter o relacionamento. No entanto, esse desejo precisa ser compartilhado por ambas as partes. A decisão de seguir juntos não pode ser unilateral. Em psicologia, existem diferentes correntes que discutem as dinâmicas do término. Algumas defendem que ele pode ocorrer de forma unilateral, enquanto outras acreditam em uma construção bilateral da ruptura, sendo que, em muitos casos, um dos lados impulsiona o outro a essa decisão.

Nos relacionamentos que envolvem figuras públicas ou que são idealizados socialmente, os chamados “casais estrela”, o impacto da separação tende a ser ainda maior. Existe um glamour associado a esses relacionamentos, um ideal de conto de fadas. Quando esse “paraíso conjugal” se desfaz, não apenas os parceiros sofrem, mas também os fãs e o público que projetavam naquele casal uma história de sonho e realização.

Em alguns casos, o desejo de manter o casamento está vinculado mais à fantasia do que à realidade. Muitas pessoas têm dificuldade em lidar com o “luto em vida” representado pela separação conjugal. A terapia, nesse contexto, contribui para ajudar o indivíduo a elaborar esse luto e encontrar caminhos para seguir em frente, com ou sem o parceiro.

Quando há níveis elevados de ansiedade durante o processo de separação ou conflito conjugal, a terapia também se mostra essencial. A ansiedade intensa pode comprometer o raciocínio e gerar transtornos como o estresse pós-traumático conjugal ou a chamada ansiedade exógena, um tipo de ansiedade provocada por fatores externos, como o fim de um relacionamento. Nesses casos, o acompanhamento psicológico, eventualmente associado a e psiquiátrico, pode ajudar a estabilizar as emoções, permitindo que o casal tome decisões com mais clareza e equilíbrio.”

Referências Bibliográficas

Alexander Bez – Psicólogo; Especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM); Especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA); Especialista em Saúde Mental. Atua na profissão há mais de 27 anos.

É também autor dos livros: Inveja – O Inimigo Oculto; O Que Era Doce Virou Amargo!!! (Volumes 1, 2 e 3); A Magia da Beleza Feminina; A Paixão e Seus Encantos; e What You Don't Know About COVID-19: The Mortal Virus.